Gestão das Emissões de Gases de Efeito Estufa (segundo o rio+20)


O Comitê Nacional de Organização finalizou o inventário pré-conferência (ex ante) sobre as emissões de gases de efeito estufa (GEE) da Rio+20. A elaboração desse inventário se baseou na posição oficial brasileira nos debates internacionais sobre mudança do clima, seguindo padrões cientificamente robustos e metodologias internacionalmente reconhecidas, respeitando as características nacionais. Esse trabalho foi complementado por nova avaliação, realizada após o término do evento (estimativa ex post).

Os dois inventários incluem fontes de energia elétrica, combustíveis utilizados nos principais espaços oficiais da Conferência e nos veículos terrestres oficiais, disposição de resíduos e viagens aéreas dos delegados credenciados e do Secretariado das Nações Unidas.

A estratégia de compensação de emissões decorrentes da organização da Conferência Rio+20, no período de sua realização, foi feita por meio de Reduções Certificadas de Emissão (RCEs), oriundas de projetos brasileiros do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), doadas por empresas brasileiras. O Comitê Nacional de Organização possui créditos de carbono necessários para a compensação das emissões associadas à organização da Conferência.

De forma a contribuir para viabilizar a compensação das emissões de viagens aéreas de delegados credenciados, o Governo brasileiro criou, em parceria com a Caixa Econômica Federal e PNUD Brasil, uma ferramenta digital que possibilitará aos participantes calcular suas emissões de GEE com viagens aéreas e comprar Reduções Certificadas de Emissão (RCEs) para compensá-las.

O Governo brasileiro encorajou todos os participantes a compensar voluntariamente suas emissões decorrentes de transporte aéreo usando RCEs provenientes de projetos brasileiros do MDL.

Saúde Rio +20

''A falta de saneamento básico, o acúmulo de lixo e poluição de rios, o tráfico, a violência, entre outros problemas socioambientais comuns ao Rio de Janeiro e Lichinga, foram reunidos em um mapa georeferenciado com fotografias e informações. "Vimos que em Lichinga a violência é tão alta que os moradores sequer puderam interagir conosco por medo do tráfico", comentou Danilo, jovem do Museu da Vida. O trabalho desenvolvido parece ter deixado uma lição aos participantes. "O projeto nos ajudou a ter um olhar mais crítico. Vimos que não basta apontarmos os problemas, precisamos também buscar suas causas e propor soluções", disse o adolescente. "Como soluções, propomos a busca pela real causa de cada problema e, a partir daí, o trabalho de conscientização da sociedade e inclusive das autoridades", sugeriu Mariane Cavalcanti, participante do Museu da Vida. Os resultados do projeto também foram compliados em um blog, criado como canal de diálogo entre os participantes dos dois países.

Embora Bogotá, na Colômbia, e Miami, nos Estados Unidos, tenham características bem distintas, os jovens de museus dos dois países, que trabalharam em conjunto, encontraram problemas comuns às duas regiões: a poluição provocada pelos meios de transporte e o aumento do nivel do mar. "Bogotá e Miami são diferentes, mas dependem da mesma fonte de vida: a água", constatou uma das participantes americanas. "Também sofremos com a redução de espécies marítimas", complementou. Os jovens criaram um video com seus achados, que também foram apresentados em outros meios audiovisuais e disponibilizados na web.

O acesso à água potável foi tema dos adolescentes de museus da Cingapura, Austrália e China, parceiros no projeto. A busca por soluções para o problema incluiu entrevistas com cientistas, pesquisas de campo, métodos de conversão de esgoto em água potável e soluções de filtragem. O impacto da falta de acesso à água potável na saúde humana também foi objeto de estudo. "Fizemos uma sessão de testes com água engarrafada que nos levou à conclusão de que as pessoas não conseguem identificar a água potável pelo gosto", alertou um dos participantes. O problema da água no planeta também foi exposto por jovens mexicanos e italianos, em trabalho desenvolvido em conjunto. O grupo alertou para as terríveis consequências aos locais declarados patrimônio histórico da Unesco, se não houver equilíbrio do uso da água. Essa problemática pode ser visualizada no jogo online Playdecide, criado pelos próprios participantes.

Com o tema consumo de energia, os jovens de Israel e da Filadélfia, nos Estados Unidos, reuniram os problemas socioambientais encontrados nas regiões em um video apresentado na videoconferência. Nele, cenas dos encontros e discussões entre membros dos grupos e uma peça de teatro encenada pelos jovens com dicas de economia de energia. A temática também foi abordada pelo grupo de adolescentes do Canadá, Estados Unidos e Dinamarca, que estudaram diferentes métodos de energia renovável e os impactos do uso inadequado de recursos energéticos. "Percebemos que muito do que se diz da energia eólica é falso. Ao contrário, essa forma de uso de energia tem excelente aproveitamento e pouco impacto ambiental", observou Frederik, do Museu Experimentarium, da Dinamarca. Porém, segundo ele, não é fácil fazer essa adaptação. "É uma alternativa mais cara e passamos por momentos de crise eonômica. Mas não podemos nos acomodar, caso contrário, nosso futuro estará degradado", advertiu.