Saúde Rio +20

''A falta de saneamento básico, o acúmulo de lixo e poluição de rios, o tráfico, a violência, entre outros problemas socioambientais comuns ao Rio de Janeiro e Lichinga, foram reunidos em um mapa georeferenciado com fotografias e informações. "Vimos que em Lichinga a violência é tão alta que os moradores sequer puderam interagir conosco por medo do tráfico", comentou Danilo, jovem do Museu da Vida. O trabalho desenvolvido parece ter deixado uma lição aos participantes. "O projeto nos ajudou a ter um olhar mais crítico. Vimos que não basta apontarmos os problemas, precisamos também buscar suas causas e propor soluções", disse o adolescente. "Como soluções, propomos a busca pela real causa de cada problema e, a partir daí, o trabalho de conscientização da sociedade e inclusive das autoridades", sugeriu Mariane Cavalcanti, participante do Museu da Vida. Os resultados do projeto também foram compliados em um blog, criado como canal de diálogo entre os participantes dos dois países.

Embora Bogotá, na Colômbia, e Miami, nos Estados Unidos, tenham características bem distintas, os jovens de museus dos dois países, que trabalharam em conjunto, encontraram problemas comuns às duas regiões: a poluição provocada pelos meios de transporte e o aumento do nivel do mar. "Bogotá e Miami são diferentes, mas dependem da mesma fonte de vida: a água", constatou uma das participantes americanas. "Também sofremos com a redução de espécies marítimas", complementou. Os jovens criaram um video com seus achados, que também foram apresentados em outros meios audiovisuais e disponibilizados na web.

O acesso à água potável foi tema dos adolescentes de museus da Cingapura, Austrália e China, parceiros no projeto. A busca por soluções para o problema incluiu entrevistas com cientistas, pesquisas de campo, métodos de conversão de esgoto em água potável e soluções de filtragem. O impacto da falta de acesso à água potável na saúde humana também foi objeto de estudo. "Fizemos uma sessão de testes com água engarrafada que nos levou à conclusão de que as pessoas não conseguem identificar a água potável pelo gosto", alertou um dos participantes. O problema da água no planeta também foi exposto por jovens mexicanos e italianos, em trabalho desenvolvido em conjunto. O grupo alertou para as terríveis consequências aos locais declarados patrimônio histórico da Unesco, se não houver equilíbrio do uso da água. Essa problemática pode ser visualizada no jogo online Playdecide, criado pelos próprios participantes.

Com o tema consumo de energia, os jovens de Israel e da Filadélfia, nos Estados Unidos, reuniram os problemas socioambientais encontrados nas regiões em um video apresentado na videoconferência. Nele, cenas dos encontros e discussões entre membros dos grupos e uma peça de teatro encenada pelos jovens com dicas de economia de energia. A temática também foi abordada pelo grupo de adolescentes do Canadá, Estados Unidos e Dinamarca, que estudaram diferentes métodos de energia renovável e os impactos do uso inadequado de recursos energéticos. "Percebemos que muito do que se diz da energia eólica é falso. Ao contrário, essa forma de uso de energia tem excelente aproveitamento e pouco impacto ambiental", observou Frederik, do Museu Experimentarium, da Dinamarca. Porém, segundo ele, não é fácil fazer essa adaptação. "É uma alternativa mais cara e passamos por momentos de crise eonômica. Mas não podemos nos acomodar, caso contrário, nosso futuro estará degradado", advertiu.

0 Response to "Saúde Rio +20"

Postar um comentário